Saudade dos meus 15

Tô com saudade de ter onde me abrigar quando as coisas ficavam pesadas demais, de ter alguém para infernizar com minhas paranóias na madrugada, de ter crise de ciúmes e surtos de meiguice. Ser sozinha é ruim demais, eu me tornei a pessoa de quem sempre tive pena. Uma pessoa só, amargurada, infeliz, e completamente dotada de realidade bruta. Bom mesmo era quando eu sonhava alto, quando eu tinha vida em meus olhos, quando toda essa coisa de decepções não tinham me infectado ainda. Tenho saudades daquela menina de riso frouxo que entendia os pesares de cada um que chegasse pedindo ajuda, foi uma pena ela ter que se esvair desse jeito dando lugar a uma mulher amargurada, cheia de medos e insegurança, e com a absurda necessidade de ser a mais esperta, a mais inteligente, a mais mais em tudo. Os sonhos que sempre foram a minha motivação, o meu combustível, se tornaram meros objetivos enquadrados a minha realidade e ao que é possível. Era bom não ter os pés no chão, sonhar com as impossibilidades, mas uma hora a gente tem que crescer e isso não é bom. Quer dizer, é necessário, mas quando somos abrigados se torna um desafio absurdo, e eu fui obrigada. Estava esgotada demais de tantos tombos, tive que encarar a realidade, tive que parar de sonhar com coisas irreais. Foi e está sendo difícil encarar essa nova fase, mas eu sei, um dia eu vou olhar pra trás e ver que foi a melhor escolha.

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